ramo imobiliário

Setor de aluguéis é impulsionado com o retorno das aulas na UFSM

Francine Boijink

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Foto: Eduardo Ramos (Diário)/

Depois de dois anos, o setor imobiliário de Santa Maria comemora o expressivo aumento na procura pela locação de imóveis com a retomada das aulas presenciais das instituições de Ensino Superior. O grande salto ocorre, principalmente, devido ao retorno presencial na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), previsto para 11 de abril.

De acordo com o Sindicato da Habitação do Centro Gaúcho (Secovi), a procura por aluguéis cresceu entre 30% e 40% no primeiro trimestre deste ano. Isso em um contexto de período de férias em que, normalmente, a busca por imóveis com essa finalidade apresenta retração.

A maior procura fez com na imobiliária Docki Imóveis, onde Otávio Docki Gomes é proprietário, no Bairro Nossa Senhora das Dores, passasse a ser disponibilizada também a opção de locações. Ao perceber que houve um incremento no número de ligações, de pais que fazem pesquisas de imóveis pela internet na busca de locais para seus filhos estudantes morarem, houve a decisão de implantação desse serviço.

- Para ter uma noção, de duas semanas para cá eu somente tinha ligação procurando por imóveis para venda. Agora, ultimamente, todo mundo que me liga procura imóvel para locação. Então, 100% de todas as ligações que eu recebo é procurando um imóvel para locação, e eu sei que é para a UFSM. Todo mundo que liga pergunta que quer algo próximo à universidade ou próximo de ônibus que vá para a universidade - informa Gomes.

LOCALIZAÇÃO

O anúncio da retomada das aulas presenciais fez com que a procura na busca por imóveis para locação registrasse aumento já em dezembro na Café Inteligência Imobiliária. De acordo com o gerente de locações, Rafael Mello, esse acréscimo na procura ocorreu também em janeiro e fevereiro, apresentando uma estabilização em março. Ao ser feita uma comparação com o primeiro bimestre do ano passado, houve elevação de 110%.

As áreas próximas à UFSM e a locais em que há paradas de ônibus lideram as buscas, assim como imóveis localizados nas imediações da Universidade Franciscana (UFN), no Centro. Os apartamentos com um dormitório e mobiliados estão entre os mais procurados neste momento. 

IMÓVEIS MOBILIADOS

Os imóveis semi ou totalmente mobiliados, tanto centrais quanto próximos à UFSM, são os mais procurados na Cancian Imóveis. Na imobiliária, o aumento na demanda por aluguel foi constatada já em janeiro deste ano, com acréscimo de 20% e um cenário ainda mais positivo foi registrado agora, em março, com aumento de 35% na procura em comparação com o primeiro mês do ano.

- Notamos um aumento maior na procura, principalmente, de clientes que residiam na cidade antes da pandemia, foram embora e agora estão retornando. Também uma alta procura por imóveis mobiliados - afirma o diretor da imobiliária, Giuliano Cancian.

Conforme ele, investidores estão na busca de opções tanto de imóveis desocupados quanto de apartamentos já alugados, com contratos recentes.

- É um movimento muito comum em épocas de volta às aulas, em que se torna atrativa a compra para alugar imóveis. Para auxiliar neste momento, contamos com o primeiro portal imobiliário do país, para investidores. Nele, os clientes encontram mais de 250 imóveis já alugados, além de diversas outras opções - conta.

Os preços dos aluguéis variam, dependendo de questões como a localização, a conservação e outros atributos. No que se refere a apartamentos de um dormitório semimobiliado, em Camobi, os valores vão de R$ 1,2 mil a R$ 1,8 mil.

De Goiânia, a estudante de Relações Internacionais da UFSM Emanuele Mendes Chaves Barbosa, 20 anos, passou no vestibular no ano passado. Com a probabilidade de retorno das aulas presenciais agora em 2022, a procura por um imóvel para morar na cidade começou em setembro de 2021. A preferência era pelo Bairro Camobi.

- Estava pensando muito em Camobi. Por mais que o aluguel fosse mais caro, acho que compensa por ser próximo à faculdade. O meu maior objetivo aqui é estudar. Só que eu senti muita dificuldade na hora de procurar, e meus colegas também sentiram, é que quase nenhum imóvel era de fato semimobiliado ou mobiliado. E estudante procura muito por isso, porque os gastos são muito altos, se você for comprar tudo, mobiliar uma casa do ero é muito gasto - conta Emanuele.

A jovem divide o imóvel de dois quartos, semimobiliado, com Giovana Fernandes Moreira Silva, 22 anos, aluna de Comunicação Social, que morava em Brasília. As duas atuavam juntas em um projeto de extensão da universidade e decidiram morar no mesmo endereço. Em relação aos preços, estão na faixa esperada por Emanuele.

Mais de três mil vagas de emprego são criadas em Santa Maria no período de um ano

OTIMISMO

De acordo com o Sindicato da Habitação do Centro Gaúcho (Secovi), o acréscimo na procura por aluguéis está entre 30% e 40% nesse primeiro trimestre do ano em Santa Maria. Isso em um contexto de período de férias em que, em dezembro, a busca por imóveis com essa finalidade apresentou uma retração. A procura engloba, além de interessados de outros municípios gaúchos, também de outros Estados.

Na Imobiliária Cancian, por exemplo, foram alugados 140 imóveis na cidade somente no mês de março. No primeiro trimestre de 2022, o número chega a 370.

Quanto aos valores dos aluguéis e de venda na cidade, a previsão é que ocorra aumento em decorrência da elevação de custos de materiais de construção, por exemplo.

- Temos um percentual bastante grande de imóveis que foram lançados por investidores que receberam seus imóveis prontos. Então tem essa procura e a possibilidade de pegar um imóvel novo. A procura de imóveis para a compra sempre tem aqui em Santa Maria, não necessariamente somente vinculado ao retorno das aulas presenciais - diz Liziane Stangarlin, presidente do Secovi.

serviço público

Conforme ela, que atua no setor de imóveis está confiante de que o ano vai ser positivo para o mercado de Santa Maria e da região. Além de estudantes, há o público cativo, principalmente de servidores públicos, que alimentam o segmento imobiliário local.

- A gente tem um público bastante efetivo dos militares, do judiciário, dos professores e do setor público em geral - informa Liziane. 

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